por LUCIANA ARCHETE
Advogada e Jornalista MG19681JP
Muriaé possui duas entidades que reciclam parte do lixo que iria parar no Aterro Sanitário do município, localizado na comunidade de Retiro Campo Formoso a cerca de seis km da área urbana e que permite que os resíduos sólidos tenham um destino final adequado, com drenagem de chorume e tratamento dos gases produzidos pelo lixo.
A estimativa é de que cerca de 70 toneladas de lixo sejam depositadas (por dia) no aterro.
Graças ao trabalho de onze pessoas que trabalham na reciclagem na Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Muriaé (Asmam), 40 toneladas, a cada sete semanas, podem ser reprocessadas por empresa especializada.
Os trabalhadores ali recolhem garrafas PET; latas; papéis e papelões, além de materiais plásticos que são retirados do lixo urbano e prensados para serem comercializados com um empreendedor.
O trabalho da Asmam é fundamental para que o Meio Ambiente possa ter um pouco mais de vida sobrevida, afinal, o que eles retiram e que iria parar no aterro, pode ser reprocessados. Segundo os trabalhadores que prestam serviço ali, a população muriaeense ainda não sabe reciclar o que pode ser reaproveitado do lixo doméstico e urbano. “Se a cada dia o lixo reciclável pudesse ser separados em sacos ou sacolas plásticas teríamos maior facilidade no trabalho que desempenhamos”, informaram.
A visita da equipe de reportagem aconteceu com a presença do vereador Jair Abreu e, mesmo com o tempo chuvoso, os trabalhadores reciclavam o material recolhido na tarde-noite do dia anterior. “Temos três carroças que recolhem o que pode ser reciclado e deixado ali próximo à Feira Coberta e, na manhã seguinte é recolhido e trazido pra cá”, explicaram a logística do trabalho desenvolvido por eles.
DEMSUR OFERECE PARTE DO SUPORTE
Embora dividam com o Aterro Sanitário, o galpão da Asmam abriga grandes esteiras que levam o lixo do depósito superior para ser manuseado pelos trabalhadores que tiram, em média, R$ 1 mil por mês de salários. “Conseguimos reciclar 40 toneladas de lixo a cada sete semanas e, a cada três semanas e meia nós fazemos um vale e, o restante, tiramos na venda final”, explicaram.
TRABALHO DESUMANO
O local onde funciona a sede da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Muriaé (Asmam) é dentro da área que serve ao Aterro Sanitário do município, embora em outro setor.
O convívio com urubus é comum e os trabalhadores não estranham ou se assustam com essas aves.
O mau cheiro provocado pelo lixo e pelo chorume deste, também é elevado e, acostumados com o problema, não sentem mais náuseas ou dores de cabeça, comuns quando expostos a estes produtos.
Os trabalhadores lotados na Asmam são claros quando lembram da importância da reciclagem nos lares. “A coleta seletiva é de extrema importância, além de melhoras questões ambientais, ainda nos ajudariam sobremaneira”, disseram à nossa equipe de reportagem.