LUCIANA ARCHETE

Jornalista MG19681JP

Alguns pecam por desconhecer, outros por ignorância, mas muitos, aliás, bastante, pecam por querer. Assim podemos descrever o descaso com que a Fundarte (Fundação de Cultura e Artes de Muriaé) com a Biblioteca Municipal Vivaldi W. Moreira, localizada na rua Presidente Artur Bernardes, 50 – Centro.

Desde o dia 29 de novembro a Rádio Cidadã vem mostrando através de notícias e fotografias os livros que pertencem ao acervo e que, com a chuva que cai sobre a cidade, poderiam estragar e se perder, alguns raríssimos como já verificamos em tempos passados.

Contudo, apesar das reportagens mostrando os fatos, a diretoria da Fundarte ignorou os fatos apresentados e, como que por revanchismo, deixou os livros ali, embaixo de lona plástica.

Contudo, a tal segurança dos livros e periódicos foi insuficiente e, como o telhado está sendo reformado e a chuva não cessa, muitos molharam e, alguns podem não ter mais como serem recuperados.

Nesta segunda-feira, 09 de dezembro, a Fundarte deu início à retirada dos livros daquele local para serem “guardados” ou estocados, sem os devidos cuidados, no prédio que abrigava a antiga sede da Emater, ao lado dos Correios & Telégrafos, em frente ao Teatro Belmira Vilas Boas, na rua Coronel Domiciano. Um prédio fechado há anos.

O problema maior é que, os livros que foram molhados, ficaram secando ali, estirados, o que poderá provocar mofo e bolor. Para a conservação de livros é necessário um cuidado maior e especial, o que não foi demonstrado neste descaso infundado da direção da Fundarte.

Nem vereadores, escritores, literatos ou mesmo Ministério Público se pronunciaram a respeito do que pode estar ocorrendo com a Biblioteca Municipal de Muriaé.

A Fundarte chegou a emitir uma nota oficial a respeito da transferência dos livros para o antigo Paço Municipal, que, no entanto, também está sendo reformado e não pode abrigar livros ou mesmo atender os cidadãos (estudantes ou não) que precisam utilizá-los para pesquisa ou mesmo estudo.

A pergunta que não quer calar: “quando a Fundarte passará a ter respeito pelo patrimônio literário do Povo de Muriaé”?