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Zona da Mata quer virar estado brasileiro
25/01/2020 14:52 em Notícias de Política

LUCIANA ARCHETE

Jornalista MG19681JP

Com dados do IBGE e Wikipedia

 

 

Vira e mexe o Brasil é pego de sobressalto sobre uma região que pretende se emancipar, seja um distrito querendo virar município ou uma região pretendendo se tornar um estado brasileiro.

Este é um dos motivos de um grupo de empresários e profissionais liberais que começaram a discutir a formação do Estado da Mata (ou Matense).

Minas Gerais já discutiu a possibilidade de ter várias divisões como os prováveis estados do Triângulo (Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba) e Jequitinhonha.

O empresário Edmo Alves (grupo Ylagan) é um dos líderes do movimento matense. Segundo ele, já se passaram mais de 13 meses desde que o governador Romeu Zema assumiu o cargo e, até o momento, não esteve em Muriaé ou outros municípios como Ubá, Cataguases ou o pólo moveleiro. “Apenas Juiz\ de Fora recebeu o atual governador. Ele foi eleito com um apelo de mudança e, o que temos visto é um administrador que olha para alguns lugares, abandonando outros. A Zona da Mata Mineira está um caos, contribuímos com impostos pesados e não recebemos benefícios ou melhorias que temos o direit0o”, destacou o empresário.

Esse novo estado brasileiro surgiria com 143 ou 142 municípios e seria uma das forças brasileiras.

A proposta vem sendo chamada de "Liberta Zona da Mata". A proposta é criar um novo estado brasileiro ou pedir a incorporação ao Estado do Rio de Janeiro. "O empresário e o povo da Zona da Mata não aguenta tanto abandono e descaso", disse o empresário.

 

Emancipação

 

A Constituição Federal especifica em seu artigo 18 que o desmembramento de Estados é possível somente “mediante aprovação da população diretamente interessada”. O entendimento jurisprudencial e doutrinário é que a população diretamente interessada” é, de fato, toda a população da unidade federativa em questão. Foi o que aconteceu, por exemplo, no Pará. A divisão da unidade em três Estados foi rejeitada pela maioria da população paraense em 2011.

Com isso, o sonho de emancipação da Zona da Mata, já está sendo pensado por diversas pessoas. O empresário muriaeense mandou confeccionar uma bandeira própria para a região e pretende distribuir esta vontade com outros empresários e cidadãos. “A região é produtora. Minas não vai quer perder esta fonte de recurso. “Mas vamos continuar defendendo a emancipação”, ressalta Edmo Alves.

 

Sentimento de abandono

 

A falta da visita do governador de Minas a Muriaé e Zona da Mata e seus principais secretários é uma clara demonstração de desprezo para com a região de belas cachoeiras e matas, assim como seus parques naturais e fazendas produtoras.

“Não estamos nutrindo uma aversão ou rivalidade com Minas Gerais, cuja cultura e história sempre hão de ser louvadas e respeitadas, mas apenas de se reconhecer a força e o potencial econômico das cidades da Zona da Mata, bem como a sua distinta identidade histórica. O povo matense é maduro, empreendedor e acredita no futuro o suficiente para desejar o poder de se governar e determinar seus destinos”, avalia.

Economicamente a divisão faria com que os impostos arrecadados na região sejam aplicados em sua totalidade na região, já que apenas 2% do total arrecadado em Minas é aplicado aqui.

 

Zona da Mata

 

Zona da Mata Mineira é uma região geográfica do estado brasileiro de Minas Gerais, na Região Sudeste do país. Abrange uma área de aproximadamente 35,7 mil km² e uma população de mais de 2 milhões de habitantes, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Situa-se na porção sudeste do estado, próxima à divisa dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

A Zona da Mata tem participação de 7,6% no PIB de Minas Gerais. O setor agrícola, o setor industrial e o setor de serviços da região são responsáveis, respectivamente, por 8,4%, 5,4% e 9% da renda desses setores no estado. Juiz de Fora é o município de maior PIB, respondendo por 37% da riqueza produzida na região. Os municípios de menor representatividade na riqueza regional são Paiva e Pedro Teixeira.

O setor de serviços responde por 60,2% do PIB da Zona da Mata. O principal polo regional de serviços é Juiz de Fora, que é o quinto município do estado no setor. Outros municípios que se destacam no setor de serviços são Carangola, Ponte Nova, Viçosa, Ubá, Cataguases, Muriaé, Leopoldina e Além Paraíba.

A indústria representa 19,9% do PIB regional, sendo os principais segmentos a indústria metalúrgica, automobilística, têxtil e moveleira. O principal polo industrial da região é Juiz de Fora, que ocupa a décima posição entre os municípios do estado no setor.[8]

A Zona da Mata de Minas Gerais ocupa área correspondente a 6,09% da superfície do estado, com população de 2.029.168 habitantes, distribuída por 142 municípios, dos quais 70,23% com menos de 10.000 habitantes e baixo índice de urbanização.

 

Cidades de médio porte

 

De acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nove cidades da Zona da Mata seguem entre as 100 maiores populações de Minas Gerais. Juiz de Fora continua como a maior cidade da região e a quarta do estado, ficando atrás de Belo Horizonte, Uberlândia e Contagem.

Os dados divulgados pelo IBGE indicam que Juiz de Fora teve crescimento de 0,74% no comparativo entre 2017 e 2016. O valor é um pouco inferior à taxa nacional de 0,77%, mas supera a média de crescimento do estado, que ficou em 0,58%. A estimativa de população subiu de 559.636 para 563.769.

Entre as nove cidades da Zona da Mata que estão entre as 100 maiores de Minas Gerais, a que apresentou maior taxa de crescimento foi Ubá, com 0,99%. O município se mantém como o segundo maior da região e a 27ª do estado. A população passou de 112.186, em 2016, para 113.300, neste ano.

Os outros municípios da região que estão entre os 100 maiores são Muriaé, Viçosa, Cataguases, Leopoldina, Santos Dumont, Visconde do Rio Branco e Além Paraíba, respectivamente. Os quatro primeiros apresentaram índice de crescimento acima da média estadual.

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