LUCIANA ARCHETE

Jornalista MG19681JP

Mudar nomes de ruas é, em todas as Câmaras Municipais no Brasil, a principal atividade entre os vereadores. Em cada legislatura, o primeiro projeto da maioria deles (e olha que são milhares) é mudar nome de rua. Aliás, chega a ser ⅓ das atividades parlamentar e envolve homenagens ou mudanças no nome em logradouros.

O maior problema de todos é o impacto que a mudança de nome gera em quem mais importa: as pessoas que moram ao longo da rua ou nas vias próximas. Apesar do CEP ser mantido, é preciso que os moradores atualizem todos os documentos oficiais onde conste o endereço, incluindo contas bancárias, cadastros e até a escritura do imóvel.

Mas os vereadores não estão nem aí para o problema que irão causar. Tem morador de Muriaé que até hoje lembra do nome de uma via que foi batizada nos anos 50 e que recebeu outro nome depois.

Mas, mudar nome ou dar nome em logradouros é de responsabilidade da câmara dos vereadores de cada cidade. Qualquer cidadão pode ser homenageado e emprestar seu nome a uma via, desde que cumpra alguns critérios. O principal deles é simples: estar morto.

Uma lei federal proíbe que pessoas vivas tenham seus nomes vinculados às vias públicas.

O vereador muriaeense Davi Lacerda ousou mais, quer que um muro receba um nome. Isso mesmo. Ele protocolou proposta que dá nome ao “muro de contenção às margens do rio Muriaé, localizado na rua 31 de Março, no bairro Napoleão”.

Se for aprovada e, depois sancionada pelo prefeito da cidade, será lei e, o tal muro receberá o nome de Muro de Contenção José Paulo Juliane.

Além desta proposta o mesmo vereador quer que a praça Coronel Tibúrcio (bairro da Barra) passe a se chamar praça Sebastião Fernandes Levate.

Além do transtorno aos moradores do local, a cidade ainda terá que arcar com a troca das placas indicativas, alterações em mapas e concessionárias de serviço como (Correios; Energisa; Demsur; operadores de telefonia, etc).

As duas propostas devem entrar em votação virtual.